A instituição é referência no trabalho de preservação da cultura e promoção da educação na Região Norte. Foi criada pela pajé Zeneida, que aos 11 anos foi levada pela mãe ao pajé Mestre Mundico para um tratamento, que foi quem a ensinou os mistérios dos Caruanas, energias naturais que vivem nas águas. Depois de um ano de preparação, Zeneida tornou-se pajé cabocla, sendo hoje apontada como a última do Marajó. Aos 16 anos, casou-se, foi morar no Rio de Janeiro, teve quatro filhos biológicos, adotou outros dez e, durante 27 anos, os ensinamentos do Mestre Mundico ficaram esquecidos. Amiga da escritora Rachel de Queiroz (1910-2003), Zeneida dividia com ela o sonho de cuidar de crianças vulneráveis da Ilha do Marajó. Foi então que em 2003, junto com a amiga, fundou a instituição, que tem por objetivo preservar e disseminar a cultura da Ilha e promover a educação de crianças e adolescentes, em sua maioria, vítimas de violências, abuso e exploração sexual, muitas vezes, sentindo-se ameaçadas dentro de sua própria casa. São filhos de pais sem escolaridade pais ou famílias desagregadas, em que há alto índice de violência e uso abusivo de drogas. A instituição também oferece Educação Fundamental na escola por ela mantida – a Escola Maria Izabel de Castro Amazonas.